Com as tuas mãos desenho-me, na tua íris pinto-me de negro como bolas de cristal escurecidas de saudade. Nunca é tarde demais amar-te.
És o único e verdadeiro amor que afirmo ter sentido.
Impossível é não o sentir…Impossível é o esquecer.
Percorrer as águas do mar na calmaria da tempestade, sufocar as nostalgias sentidas nos momentos…em que me apercebo no negro da paisagem que me rodeia.
Explodem mil sentimentos, perde-se o bom senso, perde-se o brilho, perde-se a luz.
Nada vibra, nada seduz, nada…apenas nada.
Arco-íris sem cor submergem, são latitudes contrárias à emoção que se desencadeiam no meu sangue.
Atormenta-me ver-te e não te ter…ouvir a tua voz sem que estejas presente…
Profiro palavras que cada vez menos chegam até à alma, e apenas ouço o teu silêncio.
Persigo o barco saído da barra num domingo triste, onde seguiste a bordo...
Recordo-me de te ter colocado o teu vestido de aromas, de te ter carregado, de te ter cuidado, de te ter adormecido…
Não sei voar, mas para estar contigo seria o rei do céu, mergulharia nas nuvens do passado e esqueceria o mundo.
Abraçar-te-ia com a ternura de um novo vento menos agreste…mais suave.
Pego na caneta e na folha branca de papel, escrevo palavras de néctar que as borboletas carregam e que sabem letra por letra a dimensão do pólen que tenho para ti. Impossível é a terra nascer das estrelas e as estrelas terem raízes nas profundezas da terra.
Amar-te, querer-te, olhar-te, abraçar-te, beijar-te… não é pesadelo…é sonho…é vontade…é desejo!
A felicidade é um caminho...
A tristeza a falta de esperança...
Atravesso um remoinho e nos versos da bonança... escrevo sobre a nossa eterna cumplicidade. }i{