"Se pudesses voltar atrás no tempo o que mudarias?"

Quando se pensa em voltar a um determinado momento e mudar uma certa atitude ou falta dela, logicamente terá de ser algo que deu mau resultado, mesmo sendo uma boa opção. Em consequência de tudo quanto fiz até hoje e apesar de ter sofrido, apesar de ter feito sofrer, ter sido rejeitado por uns, ter rejeitado outros, vivi muita felicidade, ultrapassei muita dor... mas tudo quanto fiz foi por algum motivo naquele determinado momento… e sim, arrependo-me de algumas coisas porque sei que cometi alguns erros e principalmente magoei quem menos queria magoar. Todos temos de sofrer para podermos saber realmente reconhecer toda e qualquer forma de felicidade mesmo que não a consideremos como tal. Isso foi o que fez de mim quem sou hoje.

A vida só é vida, se o olhar para trás nos proporcionar um sentido de orgulho. Vive a vida em cada momento conforme aquilo que sentes, sem medos nem inseguranças, mesmo que em alguns deles isso não tenha sido verdade pelo menos serviu para aprendermos e não voltarmos a ir por ali. Lógico que a vida não é perfeita e que por vezes passamos tempestades, o carro avaria, o dinheiro não chega para tudo, mas o que seria da vida se ela fosse perfeita.

Muitas vezes esperamos demasiado dos outros, ou os amigos decepcionam-nos, ou o amor acaba, ou alguém partiu para longe ou para outra vida... mas não será isto mesmo a VIDA? Não fará isto parte da palavra VIVER? Porque havemos de obrigar a VIDA a ser sempre calma e feliz e suave e sem incidentes? Se assim fosse, a VIDA não era VIDA, mas sim um mero estado vegetativo onde tudo era perfeito, enfadonho, pouco emocionante e essencialmente demasiado previsível. De que adianta andar sempre com queixas quando podemos andar sempre com sorrisos. De que serve dar importância ao que é de mau, quando não é disso que gostamos. Porque não havemos de dar valor ao que é bom... estar VIVO! O ditado é velho:
"Sorri para a vida que ela vai sorrir de volta"

Uma má experiência pode ter resultados muito positivos, se assim o quisermos, pois na pior das hipóteses já sabemos que não devemos ir por ali, e se acabamos por lá voltar, é porque não aprendemos da primeira vez. Aceitar que todos temos de morrer um dia e uma só vez ao menos que seja com um sorriso estampado nos lábios e com o coração em paz. Ultrapassar as dores fortalece-nos. Não adianta querer dar a volta pois ela não vai desaparecer, pelo menos enquanto não tivermos outra dor ou algo feliz que nos faça esquecer. As feridas curam-se por muito fundas que sejam mas não precisamos de as regar com álcool e deitar fogo pois isso não vai tirara a dor. Se temos de sofrer ao menos que o façamos com alegria e crescendo por dentro para que da próxima vez que a dor venha, e ai podemos sentar a uma mesa, beber um copo, contar umas anedotas e dançar. Já que temos de conviver então que seja pelo melhor!

Todos temos sonhos, necessidades, vontades e quereres, mas se as coisas não acontecem quando nós queremos ou precisamos, é porque não tinham que acontecer, é porque ainda não estava na hora ou porque estamos a investir num assunto e a descartar outros que podem ser mais importantes. Por vezes conformamo-nos, outras esforçamo-nos com todas as nossas energias para chegar onde queremos... (talvez esse seja o caminho)... Talvez a vida não corra mais na nossa direcção porque andamos sempre a fugir dela.

Esforça-te, luta, rasga, berra, abana, parte, apanha os cacos e volta a tentar, uma e outra vez. Enfrenta os obstáculos mas sem os potenciar, anula-os, e segue caminho. Aprende a esperar que o resultado se manifeste e não insistas naquilo que não vale a pena! E se o resultado não for o pretendido podes sempre voltar a tentar, pelo menos com a consciência dos erros que cometeste, uma e outra e outra vez. A consciência dá-nos a direcção e persistência leva-nos ao sucesso.

Tudo isto feito com alegria e vontade, energia e um sorriso nos lábios, para que em cada novo começo possamos investir num melhor fim. Para que cada viagem, cada amor, cada paixão, cada realização, cada conquista tudo seja feito com intensidade e sem estarmos acorrentados ao que de mau vivemos. Podemos viver momentos de loucura que nos permitem sentir VIVOS, fazendo aquilo que nos dá na cabeça... patinar em casa com umas meias de inverno, ou ir para debaixo da rega de uma rotunda, ou ir ao cimo do monte uivar a uma lua cheia... ... A loucura é a sanidade dos inteligentes.

Todos precisamos do equilíbrio desequilibrado... construindo a vida aos poucos sabendo quando agir com consciência e responsabilidade. Chorando nos momentos de incontrolável dor deitando tudo cá para fora para que se possa aproveitar os momentos felizes. O número de situações de felicidade aumenta exponencialmente com número de situações de dor que passamos, logo a única coisa que precisamos de fazer é estar atento a todas as pequenas mudanças mesmo que insignificantes para podermos desfrutar da vida em pleno.


VIVE... à tua maneira, da tua forma, como gostas, como queres como sentes... MAS VIVE!